Resenha: Caixa de pássaros - Josh Malerman

     Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Quatro anos depois de tudo ter começado, restaram poucos sobreviventes, incluindo Malorie e seus dois filhos pequenos. Morando numa casa abandonada próxima ao rio, ela sonha há tempos em fugir para um local onde sua família possa ficar em segurança. Mas a jornada que têm pela frente será assustadora: 32 quilômetros rio abaixo em um barco a remo, vendados, contando apenas com a inteligência de Malorie e os ouvidos treinados das crianças. Uma decisão errada e eles morrem. E ainda há alguma coisa os seguindo. Será que é um homem, um animal ou uma criatura desconhecida?

     O livro, narrado em terceira pessoa, nos mostra a perspectiva de Malorie perante um estranho mundo que começa a surgir. Registrado na Russia (sempre ela!) o primeiro caso de suicídio não atraiu muito a atenção da mídia, mas após uma série de mortes macabras em diversas partes do país as pessoas começam a voltar seus olhos para a epidemia e não demora muito para que teorias de conspiração e a internet se manifestem. De maneira brutal, cidadãos americanos são encontrados mortos de maneira crescente e logo entende-se que tal surto psicótico acontece quando a pessoa vê alguma coisa. O problema é que ninguém sabe ao certo o quê.


NÃO ABRA OS OLHOS


   Diferentemente da irmã, Malorie não acredita de imediato na epidemia e mantêm a concentração na gravidez recém descoberta até que os homicídios começam a ser registrados em seu estado. Ainda descrente, percebe que todos da sua rua estão tomando precauções como tampar as janelas e cobrir o rosto ao andar pela rua, e logo ela e a irmã fazem o mesmo. 

 Trancadas dentro de casa, as irmãs acompanham avidamente pela televisão e internet as novas noticias de homicídios e suicídios e logo a programação das emissoras e rádios se resume a apenas isso. Enquanto a barriga de Malorie fica cada vez maior menor é o contato dos seres humanos com o lado de fora de suas casas e maior é a apreensão de todos, que temem o que que sequer sabem o que é.

      Após ter que deixar a casa onde mora (por um motivo que não vou contar, afinal, sem spoilers), Malorie vai parar em uma casa que vira em um anuncio de jornal, cuja promessa era acolher pessoas que estivessem fugindo da epidemia invisível. Lá, ela passa a fazer parte da rotina dos habitantes, que cooperam entre si para o bom funcionamento das tarefas, o que inclui sair da casa vendado e andar até o poço nos fundos para buscar água, e para mim esse foi um dos momentos mais tensos do livro. Vemos o novo estranho e desconhecido mundo através da visão do personagem, ou seja, uma venda. Assim como ele estamos completamente no escuro cercados por sons estranhos e qualquer estalo pode ser uma ameaça de algo que sequer sabemos a forma que tem. Por diversas vezes me peguei tensa e sem ar, varrendo as linhas avidamente em busca do que aconteceria a seguir. 

   Os capítulos são intercalados entre a cada vez mais difícil rotina na casa e a jornada de Malorie e suas crianças, então com quatro anos de idade, para atravessar o rio (vendados) em busca de um novo lar que eles sequer tem certeza de que vão encontrar, então tudo que acontece na casa é como um flash back da personagem enquanto rema rio abaixo.

Caixa de pássaros foi o primeiro livro que li do gênero e me deixou em êxtase. A narração de Josh Malerman somada à descrição das diversas cenas de horror encontradas ao longo da história são de tirar o fôlego. A história tem elementos tão atuais e realistas que fazem com que o leitor sinta que está realmente vivendo naquele mundo. Muita gente se decepcionou com o final do livro, onde muitas perguntas ficam respostas, a principal delas sendo quem realmente são as criaturas causadoras da crise mundial. Para mim esse foi o ponto mais interessante do livro, pois deixa o leitor aberto a fazer suas próprias conclusões e criar seus próprios monstros já que cada um os imagina de uma maneira.

Adaptação para o cinema

Quando terminei de ler a primeira coisa que me veio à cabeça é que o livro é quase que um roteiro pronto para ser levado às telonas. E pelo visto não fui a unica. A universal Studios comprou os direitos do livro, cuja adaptação será dirigida por Andrés Muschietti (Mama) e roteiro escrito por Eric Heisserer (Premonição 5 e A coisa). Apesar de ainda estar em pré produção e não ter data de estréia definida o roteiro já foi enviado para algumas atrizes que podem ficar com o papel principal, portanto vamos ficar atentos a novas informações que devem surgir em breve. 

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