Apostas diferentes das editoras
Ultimamente tenho percebido um volume crescente de livros digamos que um tanto quanto... diferentes. Parece que cada vez mais novos modos de contar histórias tem
atraído a atenção das editoras que tem investido em propostas não muito convencionais fazendo nascer assim um novo tipo de mercado editorial com publico cada vez mais crescente.
Vamos aos principais deles:
1 - DESTRUA ESSE DIÁRIO, KERI SMITH
Keri Smith é uma ilustradora que ficou conhecida por seus livros extremamente criativos e interativos. Já trabalhou para o jornal The New York Times e atualmente atua como professora de Design em uma universidade de Vancouver. Além de Destrua esse diário, onde o leitor encontra uma serie de instruções que quando completadas acabam por literalmente destruir o diário, tendo como objetivo principal o desprendimento que tanto temos com nossos sempre muito bem cuidados exemplares de livros, Smith também é responsável por Termine esse livro e Isso não é um livro, ambos seguindo quase que a mesma linha do primeiro. Comprei Destrua esse diário ano passado e confesso que continua intacto. Se você assim como eu não tem aptidão para a arte imagino que se sentirá frustado. Apesar disso, a ideia é boa, criativa e nos faz soltar a imaginação, além de praticar o desapego. Então se você não se importa em preencher algumas paginas com bonecos de palito enquanto tem muito artista por aí levando o livro a serio até demais vá em frente e seja feliz.
2 - PÓ DE LUA - CLARICE FREIRE
Quando ainda era criança, a recifense Clarice Freire começou os primeiros rabiscos em cadernos e conforme foi amadurecendo viu seu trabalho acompanhá-la. Com frases tão simples que contem a poesia que apenas um olho privilegiado é capaz de enxergar e transmitir, Clarisse começou a postar seus poemas em um blog (www.podelua.com) e criou uma pagina no facebook com mesmo nome, que foi crescendo e fazendo seus versos se tornarem cada vez mais populares. A editora Intrínseca demonstrou interesse em uma publicação e assim nasceu o Pó de lua versão impressa, que levou a escritora para diversos estados do Brasil em uma turnê de autógrafos, formando filas de admiradores do seu trabalho. Rico em detalhes e seguindo a linha original, o livro é um presente perfeito para dar a um amigo ou apreciar em um momento de lazer, a edição de cada centímetro das paginas, incluindo a capa, é extremamente bem feita e poética, de modo que agrada até o fã mais exigente.
3 - UMA PAGINA DE CADA VEZ, ADAM J. KURTZ
Em seu primeiro livro, o artista gráfico Adam J. Kurtz desafia o leitor com diversas propostas que visam buscar o auto conhecimento de forma criativa. Com 368 páginas, com a finalidade de ser preenchida uma por dia (embora eu duvido muito que respeitem isso), o livro trás diversas situações como criar uma lista de musicas para seu verdadeiro amor ou das melhores fatias de pizza que já comeu na vida. O exercício de cada pagina faz com que você reflita sobre si mesmo e coloque para fora algumas coisas que mantem guardado em seu interior, além de utilizar bastante a técnica da escrita acima de qualquer outro material, o que acaba por torná-lo um livro simples e fácil de se seguir.
4 - EU ME CHAMO ANTÔNIO, PEDRO GABRIEL
Nascido em um país africano, Pedro Antônio Gabriel se mudou para o Brasil aos 12 anos. Em 2012 o publicitário criou a página Eu me chamo Antônio, compartilhando diversos versos e trocadilhos feitos em guardanapos de papel em um tradicional café do Rio de Janeiro. Assim como aconteceu com Clarice Freire, a editora Intrínseca demonstrou interesse em seu trabalho e assim nasceu o livro Eu me chamo Antônio, sem parder a essência do projeto inicial. Após o sucesso da publicação, bastante popular nas redes sociais, nasceu o Segundo eu me chamo Antônio, com novos versos inéditos, leves e muito bem observados.
5 - JARDIM SECRETO, JOHANNA BASFORD
Mais nova, muito comentada (e criticada também) opção alternativa para liberar o estresse, o livro de colorir para adultos ganhou adeptos pelo mundo inteiro, alcançado seu ápice no Brasil. Procurado de forma desesperada nas livrarias e sendo responsável pela felicidade dos presidentes das empresas de lápis de cor graças ao imenso aumento de procura pelo produto influenciado pela obra o livro causou muito barulho, principalmente nas redes sociais. Da mesma forma com que conquistou muita gente, houve diversas reclamações que iam do preço do produto à critica por quem o comprava, e houve quem dissesse que os desenhos minimamente detalhados deixavam ainda mais estressado. Na minha opinião a intenção do livro acabou se distorcendo conforme foi se popularizando, o que antes era uma tarefa apenas com intuito de tirar o estresse acabou por se tornar uma imensa competição sobre quem possuía os melhores desenhos coloridos e os melhores materiais, causando uma imensa exibição em massa nas redes sociais. Mas deixando de lado a capacidade humana de tornar algo legal em uma coisa totalmente desprezível, acho que vale a pena sim gastar seu tempo com algo tão simples, mas apenas se seu intuito realmente for o lazer.
6 - ACHE O MOMO, ANDREW KNAPP
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